Os
primeiros habitantes
O
interior do Estado de Santa Catarina foi habitado pelos
grupos indígenas Xokleng e Kaingang, ambos do
grupo lingüístico Jê ou Tapuia. Por
estarem relativamente protegidos pela distância
do litoral, foram preservados do extermínio liderado
pelos colonizadores portugueses, o qual dizimou os grupos
Carijó do litoral catarinense.
A
alimentação dos índios no interior
era à base caça e coleta de pinhão.
Alguns grupos também praticavam a agricultura,
plantando principalmente milho e aipim. Nas vestes,
usavam os tecidos trançados de fibra de urtiga
feitos pelas mulheres. As mulheres também trabalhavam
o barro e moldavam potes para o uso diário. Na
caça e na guerra, usavam arcos, flechas e lanças
com ponta de bambu ou osso, geralmente com veneno na
ponta.
Com
a colonizaçãao do interior catarinense
a partir da segunda metade do século XIX, os
grupos indígenas foram pouco a pouco perdendo
seu espaço. Além de serem afugentados
pelos europeus, as tribos brigavam entre si pelo pouco
de caça que sobrava. Com o passar do tempo e
a diminuição gradativa da alimentação,
foi inevitável o choque direto com as colônias.
Foi então que o governo e os próprios
colonos começaram a pagar Tropas de Bugreiros.
Constituídas
por cerca de uma dezena de homens fortemente armados,
as tropas seguiam as trilhas dos índios até
chegarem aos acampamentos. Lá, esperavam o dia
amanhecer e dizimavam a tribo. A crueldade desses abates
chocaram moradores tanto da província quanto
do país, que saíram em defesa das tribos.
A maneira encontrada para minorar esse choque era promover
a pacificação dos selvagens.
As
tentativas de pacificação ocorreram a
partir de 1907, mas apenas em 1912, com a criação
de uma reserva em uma área de 30 mil hectares
nos arredores de Ibirama , é que ações
objetivas nesse sentido foram tomadas. No entanto, essa
aproximação resultou no aculturamento
dos índios Xokleng e no extermínio em
decorrência das doenças dos branco.
A
fundação
As
terras onde hoje está localizada a cidade de
Jaraguá do Sul foram dadas, juntamente com outra
porção do norte catarinense, ao conde
d´Eu como dote pelos seu casamento com a princesa
Isabel, filha de dom Pedro II. O conde então
solicitou ao seu amigo Emílio Carlos Jourdan,
engenheiro e coronel honorário do Exército
Brasileiro, que demarcasse o local.
Encantado
com a beleza da terra, Emílio Carlos Jourdan
requereu a posse de de uma parte dela, onde fez uma
plantação de cana e construiu um engenho.
Como o rio e o morro Jaraguá já eram conhecidos,
Jourdan nomeou suas terras de “Estabelecimento
Jaraguá”. Embora não se saiba a
data certa em que isso aconteceu, foi decidido o dia
25 de julho de 1876 como data da fundação
da cidade.
Por
essa época, a região fazia parte de São
Francisco do Sul e, posteriormente, a Paraty, conhecida
atualmente como Araquari. Com a emancipação
de Paraty, Jaraguá passou a ser posse de Joinville,
sendo reanexada a Paraty. Em 1898, já com um
Distrito Policial, um Distrito de Paz e uma Intendência
Distrital, voltou a fazer parte de Joinville, agora
como 2º Distrito.
Em
1934, o Decreto nº 565 de 26 de março elevou
o distrito à categoria de Município. Os
limites incluíam o território do atual
município de Corupá desmembrado 24 anos
depois.
Como
em Goiás existia uma cidade mais antiga com o
nome de Jaraguá, o Decreto-Lei estadual nº
941 de 31 de dezembro de 1943 modificou o nome da cidade
para Jaraguá do Sul.
A
colonização
Alguns
fatos colaboraram para a colonização européia
em Santa Catarina no século XIX. Entre eles,
a forte campanha abolicionista, que fez com que o Governo
Imperial desse preferência à mão
de obra livre branca em detrimento à escrava
negra.
Um
nome de destaque foi o de Johan Jacob Sturz. Tendo sido
Cônsul Geral do Imperial Governo Brasileiro na
Prússia, Sturz estava bem informado sobre os
desajustes sociais vigentes na Europa e na possibilidade
de imigração alemã para a América.
Assim, foi nomeado como representande do Brasil na Prússia
para levar a cabo o projeto de a mão de obra
escrava no País.
O
próximo passo foi dado em 1850 pelo Presidente
da Província, João José Coutinho,
ao aprovar a Sociedade Colonizadora de Hamburgo, que
já tinha adquirido 8 léguas na colônia
Dona Francisca, atual Joinville. Ali foram assentados
os colonizadores alemães, polacos e suíços
que deram origem à cidade. Destes, alguns polacos
e muitos alemães compraram lotes em Jaraguá
do Sul, vendidos pelo próprio Emílio Carlos
Jourdan.
Jaraguá
do Sul também recebeu famílias húngaras
e italianas que entraram no País via Rio Grande
do Sul o os 54 escravos que vieram para trabalhar com
Emílío Carlos Jourdan deram origem à
comunidade negra da cidade. |